Páginas

domingo, setembro 19, 2010

A montanha pariu um Bento

Parece que toda a gente alimentou esta falácia de Madaíl.

Dos jornais ditos tablóides, aos mais circunspectos, dos comentadores mais isentos aos mais caceteiros, toda a gente levou a manobra de Madaíl a sério. Só faltou levarem o homem ao colo ou num andor.

Percebe-se que anda toda a gente a fossar para ter clientela a todo o custo. E qualquer trolha percebe que alimentar suspense à roda do futebol dá conversa fiada. Mas parece que foi longe de mais tanta hipocrisia.

Madaíl quis legitimar desde o princípio a contratação de Bento inventando um caso político. Pensou: convido o Mourinho. Ele não pode dizer que não, ficaria liquidado para ser treinador da selecção daqui a uns anos (ideia que ele já divulgou). Mas como a ideia é mitómana, o Real Madrid nunca dará o consentimento (só se o dirigente do clube madrileno tivesse enlouquecido!) então pomos lá o idiota útil e quando a coisa der para o torto, estamos safos. Eu, Madaíl, até queria o Mourinho, portanto: não serei acusado de incompetente. Madaíl usou o nome de Moutinho como um escudo visível.

Esta é uma das histórias mais inenarráveis do futebol português. Uma manobra de baixa  política e de marketing manhoso, tão de  tosca como de xico-esperta. Mas em que toda a gente alinhou com a maior da desfaçatez.

Cada país tem o Paulo Bento que merece e a merdaíl respectiva.

Sem comentários:

Enviar um comentário