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quinta-feira, julho 29, 2010

As vítimas da Casa Pia e o seu contrário

Todos acreditam na Justiça enquanto ela não lhes desce a espada sobre a cabeça.

Esta semana, Carlos Cruz deu várias entrevistas dando a entender que não tem grande esperança na Justiça. Os outros arguidos do Processo Casa Pia também não mostraram grande entusiasmo pela justiça da Justiça. Por outro lado algumas das chamadas vítimas da Casa Pia, entrevistadas também pela SIC, mostraram uma serenidade e uma maturidade que eu não estava à espera. E mostraram uma grande fé na Justiça.

Pensava eu que iam surgir das entrevistas uns marginais, uns excluídos da vida, uns oportunistas mascarados de coitadinhos, e ouvi homens de grande coragem, com um discurso maduro sem exteriorizarem sentimentos de vingança.

Na reportagem da SIC os arguidos faziam de vítimas, chorando e lamentando a barbaridade em que tinham sido postos. CC até lamentava o facto do Procurador João Aibéu não lhe fazer calorosos cumprimentos quando se cruzava com ele! Só faltava lamentar não lhe ter pedido um autógrafo!

As vítimas entrevistadas assumiam-se como  gente a quem a Vida tinha maltratado, mas que souberam aprender a grande lição da tolerância e que agora só esperavam pelo dia do juízo final. Mais uma vez adiado para Setembro.

Há uma coisa em que eu acredito: nenhum sistema judicial promove um julgamento desta dimensão se não houver matéria para acusação, defesa, se não houverem coisas, muitas coisas, para serem esclarecidas. E não se encontram 30 vítimas inventadas, como se fossem um conluio de paranóicos, pagos por um qualquer esquema do mal.

Aliás, 3 das testemunhas fizeram acusações semelhantes, embora não se tivessem nunca cruzado na vida e uma delas lamentava mesmo na SIC a forma sortuda como um dos implicados conseguiu sair do processo logo no princípio.

Nem tudo o que parece é, aguardemos Setembro para o resultado.

2 comentários:

  1. Concordo Luiz, mas conheço bem o sistema de justiça português. Quando o processo começou há anos, logo nos primeiros dias, quando prenderam o Bibi, jantando com uns amigos, apostei um jantar, não só, como terminaria o processo, como também, os anos que levariam a julgá-lo. Quanto ao tempo... já ganhei. O resultado....vou ganhar. Falaremos em Setembro. Meu amigo este é o nosso país. O que temos. O que nos tocou (ainda que eu tenha outro por via materna). Mas é bom que existam vozes (e felizmente existem) como a sua. Beijinho. Nini

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  2. A pouca dignidade sempre demonstrada pelos arguidos, ficou ,uma vez mais, bem patente nas entrevistas e declarações copiosamente divulgadas na T.V nestes últimos dias. Quero continuar a acreditar que se fará justiça para com as vítimas, apesar dos nomes sonantes dos réus!!!

    Hanna S.

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