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terça-feira, fevereiro 10, 2009

MAIS DIRECTO ONLINE POR TELEMÓVEL

"Caro Luiz, ainda a propósito da nossa conversa após esta formação, eis uma primeira experiência, utilizando o telemóvel, o Movie Maker, um outro editor áudio (freeware) e um vulgarissimo microfone para pc: http://jornalices.blogspot.com/2009/02/ciclo-de-comunicacao-em-leiria.html"

São estas experiências que me dão alento e alegria para ensinar. O que vem acontecendo cada vez mais é que os meus alunos acabam por ao princípio entusiasmados por mim, de serem eles depois a virem partilhar comigo as suas próprias descobertas. O ensinar acaba por ser uma partilha estimulante. Na fotografia aconteceu-me sempre assim: durante anos uma comunicação permanente entre o António Pedro Ferreira, o Rui Ochoa, o Alberto Frias, o Luís Catarino, o João Santos, o Jorge Simão, e eu, daquilo que íamos aprendendo. Não é nada de extraordinário: no estrangeiro é assim que as grandes equipas crescem e ganham excelência.
Na semana passada numa aula em Leiria tínhamos feito uma experiência única: transmitir uma aula em directo usando um telemóvel. Eu estava a falar nessa possibilidade, quando o Marco sugeriu que podíamos fazê-lo ali. A coisa correu com defeitos, logo assumidos: o som era mau, o delay assinalável, a câmara estava parada (embora a dada altura tivéssemos tido 2 telemóveis online) e estávamos num período "morto" pois estávamos a trabalhar na edição de 3 vídeos que realizámos e editámos numa tarde.
Houve logo um comentário extraordinariamente desagradável, que apesar de anónimo eu consegui identificar pelo IP, e que em vez de se congratular, ou ficar calado, desatou a insultar-me e a todos aqueles que estavam na sala a partilhar a experiência. Uma vergonha e uma canalhice de rabo de fora, com o estilo e o IP a confirmar o traste. Podem ver a pérola de vómito fácil no post em baixo. Adiante.

Hoje recebo a novidade de que já se fizeram alguns progressos técnicos. E que a coisa começa a estar afinada.
Podemos sempre fazer o nosso trabalho a partir de uma cartilha, certinho, formatado, burocrático. Ou podemos partir de referências várias, incluindo cartilhas, e depois seguirmos o caminho que mais nos permite ser criativos de forma a darmos novos contributos.
Sou fotojornalista mas não abdico de utilizar as ferramentas digitais ao meu dispôr para melhor partilhar o meu trabalho. E faço-o com humildade: ou seguindo um curso básico de multimédia, como o estou a fazer esta semana, onde um dos assistentes foi meu aluno na UAL, e que me ajudou em funcionalidades que eu não dominava no Windows, ou transmitindo alguma da minha experiência e entusiasmo, que começou há 3 anos quando introduzi o primeiro podcast num jornal online, os primeiros vídeos, fotogalerias, soundbites e até a tentativa de produzir notícias adaptadas à escrita para a Web. Fotografias de telemóvel feitas por redactores e logo postas online foram das experiências mais excitantes, hoje uma banalidade.
Num Congresso da IFRA em Madrid onde estive na altura, dedicado a directores online dos principais jornais do Mundo, as teses que então se defendiam como o jornalismo do cidadão, a importância dos conteúdos multimédia, não eram diferentes do que hoje está a dar.
A net é um espaço de liberdade e, embora um site de um jornal não seja um blogue, o jornalismo pode usar uma das razões mais fortes de ser do jornalismo: a verdade no momento certo. Um pouco, afinal, como a fotografia.

5 comentários:

  1. Caro Luiz, não esperava tamanha referência no seu ilustre espaço. Agradeço, portanto. De facto entusiasmam-me as novas realidades de fazer jornalismo. Infelizmente não fui um dos que esteve na formação, porém, acompanhei um pouco em directo. Tal como disse, é certo que ocorreram problemas, não foi perfeito, mas aprende-se a errar muitas vezes, ou como diria Edison, até conseguir descobrir a “fórmula luminosa”: “descobri 1001 formas de como não fazer”. Uma demonstração de persistência, àquele a quem, na altura, chamaram de louco. É o meu caso, mas numa dimensão muito menor. Estas sessões fazem parte da unidade curricular de Seminário, do último ano de Comunicação Social e Educação Multimédia (ESECS-IPLeiria), e ando por lá, de um lado para o outro, de telemóvel em punho. O engraçado disto, é que o tempo é o único investimento necessário, porque as ferramentas, qualquer um as têm. Basta usá-las.

    O link que lhe enviei foi a primeira experiência, esta (http://csem-esel.blogspot.com/2009/02/etica-e-deontologia.html) é a segunda, um pouco melhor que a anterior, nomeadamente, ao nível da qualidade da imagem.

    Cumprimentos,
    PJ

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  2. Fugindo ao tema deste post, pergunto como deixou fugir o excelente artigo do Mário Crespo que passo a citar:

    "Está bem... façamos de conta

    Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve
    invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos
    ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que
    não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir
    montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a
    Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de
    um caso de polícia com arguidos e tudo.

    Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de
    conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que,
    pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris
    irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão
    com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o
    primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa
    das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos
    prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de
    conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não
    passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é
    a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar
    acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que
    a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do
    melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse
    que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos
    Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita"
    (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta
    que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de
    represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport.
    Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não
    me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a
    entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar
    pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro
    e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo
    Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre
    também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso
    comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não
    aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da
    Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta
    que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são
    normais e de boa prática democrática as declarações do
    procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS.
    Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre
    o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria
    dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a
    funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada
    há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro,
    Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por
    unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a
    fazer de conta que votamos."

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  3. Mas que fazer história, qual quê ? streaming na net a partir de um telemóvel é fazer história ? brincadeirinha, só pode...

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  4. fazer história é uma forma de dizer. Em cursos que mal se aprende a fazer uma fotogaleria- termo horrendo- pôr um telemóvel a ver é pioneiro. Claro que há sempre uns tipos muito bons que estão à frente de tudo. Mas que venham ensinar a malta.

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  5. brincadeirinha ? Na verdade foi muito divertido ter usado o telefone.

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