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domingo, janeiro 25, 2009

Oh tio, oh tio !!!...(3)


Alguns dados objectivos sobre o Caso Freeport: as autoridades ingleses investigam o pagamento de luvas, o tio de Sócrates confirma que meteu a cunha para a reunião, o primo de Sócrates tentou usufruir de uma prestação de serviço, o complexo comercial teve um evidente tempo record no que respeita a aprovação, houve aspectos ecológicos desvalorizados. Objectivamente havia muito dinheiro em causa (o próprio advogado o reconheceu), havia alguma deferência pelo facto de haver a família real inglesa pelo meio.
No meio de toda esta trama vai ser difícil provar o que é pouco claro mas não ilegal, o que parece favorecimento mas não atropela a lei.
O ponto mais quente e politicamente insustentável será se se provar que o tal tio de Sócrates foi beneficiado em todo este processo. Tal como dizia hoje na SIC-N Ricardo Costa, será aqui que Sócrates pode tremer, e nem sequer estará em causa questões jurídicas ou acusatórias, serão questões políticas. Por isso Sócrates tem pressa em que isto seja deslindado.
Claro que Sócrates tem de vez em quando casos irritantes. Este é mais um a acrescentar ao da sua licenciatura dominical, da sua obra oculta de arquitecto diletante, casos de que ele soube sempre sair por cima, graças ao seu talento de actor e graças a um qualquer santo padroeiro.
Também não se percebe porque nunca avançaram as investigações a este caso, há 3 anos atrás, e porque houve uma jornalista condenada por ter escrito sobre isto, a minha amiga Inês Serra Lopes no Independente.
Se os ingleses não tivessem começado a cheirar o caso tinha morrido por cá. Certo?
Quanto à chamada comunicação social (um termo que eu detesto) teve um cuidado extremo em referir o nome de Sócrates neste caso. Durante duas semanas apenas se falava de "um ministro do governo Guterres". Por um lado revela prudência por outro desconfio de miaúfa.
Por fim: é bom constatar-mos que o jornalismo de investigação não acabou em Portugal. Este fim de semana trouxe bom jornalismo. O e-mail no Expresso e o resumo da trama. A Felícia Cabrita voltou, e o Sol não podia ter tido melhor publicidade, numa semana negra, onde o entra-não entra do tal capital angolano se tornou notícia. A forma como a notícia foi tratada revela coragem, provocação mesmo, sabendo nós que o amigo de Sócrates, o ex-bancário-banqueiro Armando Vara, que agora tem poder sobre o jornal através do BCP (as voltas que o Mundo dá, meu Deus!) não irá tornar a vida fácil para o semanário. A recusa em não deixar entrar o capital angolano não é por acaso.
Tudo o que Portugal dispensava no meio do turbilhão era mais uma história de políticos e ladrões.

(actualizado)

4 comentários:

  1. Já percebi!
    O Homem não tem nada com aquilo e é tudo uma cabala contra ele! E se a justiça portuguesa não provar que ele recebeu , então o Homem pode continuar a fazer promessas e a enfiar barretes aos Portugueses que são de facto um povo que gosta de ser governado por artistas !
    Isto faz-me lembrar o caso Melancia !

    Relativametne ao caso em concreto , acho que isso não vai dar em nada e que o tal Tio vai ser considerado senil e toca a andar com o filme!

    Em Portugal, este projecto como outros tem sempre o mesmo desfecho! Aquilo era zona de Protecção Ecologica , mas com uma portaria do ministério do ambiente , retirou-se a àrea onde viria a ser edificado o freeport e já está, o projecto passou a não perturbar os passarinhos. Vejam o mapa que foi publicado no Diario da Republica, com a implementação do freeport e reparem na coincidência!!!!

    Vão ver : http://aoutravarinhamagica.blogspot.com/

    O povo portugues tem aquilo que merece!

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  2. "um ministro do governo Sócrates"?

    Não será antes:
    "um ministro do governo Guterres"?

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  3. constatarmos não leva -

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