Páginas

segunda-feira, maio 26, 2008

A nova frente ribeirinha de Lisboa é uma loucura

Cais Sodré, foto tirada na passada semana. Foto LC
Uma respeitável senhora da direita dizia-me hoje ao fim da tarde que Lisboa continua na grande incerteza. Vejam estes números: 50 por cento da população da capital não tem rendimentos de trabalho, vive de reformas e afins. 60 por cento da população trabalhadora vive fora e vem a Lisboa trabalhar. E só 35 por cento dos que trabalham na cidade lá habitam. Estamos perante uma cidade moribunda sem economia, sem sangue na guelra, sem possibilidade de crescer e se revitalizar no imediato.
Mas, tal como o país em geral, o governo vai investir uma soma brutal de milhões na frente ribeirinha, em vez de tornar possível a verdadeira reabilitação da cidade que só pode ser feita com investimentos públicos e privados que gerem economia, tragam gente para a malha urbana e não mais uma feira de vaidades para alimentar o ego de um primeiro-ministro com antecedentes graves de pato-bravo.
Não há nenhum exemplo em nenhuma capital europeia com tanta decadência e com tanto investimento de novo-riquismo como Lisboa
E é bom acrescentar que se a EXPO 98 foi boa porque foi o que foi também é bom questionar que a debandada geral do centro de Lisboa começou com o incêndio do Chiado e com a política avestruza de Jorge Sampaio e culminou com a EXPO. Alguém com dinheiro iria investir num centro da cidade velho a derrocar depois de ter ali a EXPO à mão de investir ? Alguém quer viver no Chaido do Siza com preços exorbitantes, construção de má qualidade, sem sequer haver garagens para os automóveis ? Alguém de bom senso quer viver na baixa para correr o risco de levar uma facada depois da sete da tarde ? Quem quer pagar para isso ? Quem quer viver numa cidade fantasma, com um IMI brutal, EMEL a roubar, ruas escaqueiradas. Se Costa nem as ruas lava como quer ter uma frente ribeirinha de luxo ?

Sócrates vem dizer que não baixa o ISP. A classe média que pague o deficit mas depois investe em elefantes brancos que vão ficar a ser pagos por nós e pelos nossos filhos, se tiverem com que pagar.

3 comentários:

  1. É uma tristeza, de facto.
    Conheço as "aldeias" de Lisboa, que são o seu "coração", e aqui pouco ou nada se faz para revitalizar a cidade, deixando os prédios degradados e uma população idosa ao abandono.
    O "coração" morre e com ela a cidade.

    E depois gastam-se rios de dinheiro em “Expos” e “Zonas Ribeirinhas” e matam-se os “Chiados”, onde passados uns anos os edifícios que são, ou foram, os símbolos de uma suposta modernidade fazem lembrar os estádios de futebol feitos para o Euro, onde só as Taveiradas dos bancos multicolores dão uma falsa ideia de vida.
    JJ

    ResponderEliminar
  2. «... EMEL a roubar...»
    E a ser "roubada" por empregos políticos onde se ganham rios de dinheiro em cargos que não servem para nada.
    JJ

    ResponderEliminar
  3. Mas Lisboa tem presidente da câmara? Têm a certeza? Ah, é aquele gajo que é comentador? Mas ele também é presidente da câmara? Não sabia! É que de facto ainda não vi o que quer que fosse que ele tenha feito na capital do país (para além de rceber um elogio do Dalai lama pela sua voz de soprano e de ter ido dar uns passos de dança na feira do livro)

    ResponderEliminar