Páginas

domingo, janeiro 27, 2008

O salsicheiro da saúde faz de Kalimero

Tornou-se num caso de esquizofrenia: Correia de Campos vem todos os dias ao perdoa-me na TV para tentar justificar o óbvio: a sua política de merceeiro está a torná-lo no salsicheiro da política. Este ministro é um case study de como uma ideia que até tinha pernas para andar, a reorganização dos serviços de saúde, se tornou numa afronta aos contribuintes, numa campanha contra os doentes, as crianças, as grávidas, o povo.
Este ministro deve ser o pior inimigo do engenheiro Sócrates. Ele por si faz mais pela derrota do governo do que o médico Luis Filipe Meneses, líder da putativa oposição.
O autarca de Gaia pratica aquela máxima em que cada boca uma asneira. O tipo já perdeu a confiança do seu assessor de imagem, o guru Cunha Vaz, e não vejo em nenhum lado ninguém a gabá-lo a não ser o senhor Dom Duarte no Sol deste sábado.

Em contactos com amigos e afins, gente assumidamente de direita e laranjinha, não há um que me fale de Meneses com qualquer espécie de consideração política. Há uma fatal falta de credibilidade em Meneses que fique muito abaixo da de Santana Lopes. E encontro muita gente a mudar de opinião e a achar que afinal o menino guerreiro foi vítima de Sampaio e que o tipo até nem era tão mau como diziam." O gajo gosta de namoradas e muitas e isso faz sempre detonar os invejosos nacionais! Se ele fosse paneleiro ninguém o atacava!"- dizia um amigo entusiasmado, descontemos a inspiração do excelente tinto do jantar.

O país está suspenso do arrependido Correia de Campos. Hoje na capa do Expresso, ele olhava para baixo e dizia que o povo já começa a percebê-lo. E de que maneira ! Quando se estão horas à espera nos hospitais, se andam dezenas de quilómetros noite dentro à procura de uma urgência, quando os doentes caem das macas nos corredores da morte dos hospitais, quando a coordenação dos serviços de urgência mais parece uma rábula de fedorentos, o ministro já vê a luz ao fundo do túnel, do buraco enorme que é a saúde pública nacional.
As pessoas estão revoltadas. Os pobres porque foram expropriados das regalias sociais, os funcionários porque foram tratados como Párias, os professores classificados de parasitas, a classe média acusada de viver acima das posses, só se safa a classe alta, cada vez mais alta, formada por banqueiros e gestores públicos, capitalistas que vivem das especulação financeira e nem empregos criam.
Os kalimeros deste país aí estão a fazer de vitimas e animais incompreendidos. Correia de Campos já era uma nódoa de ministro, é agora uma figura grotesca no seu papel de vitima. Está a precisar de internamento urgente numa daquelas unidades atrás do Sol posto.

5 comentários:

  1. Rua de uma vez com estes bandidos todos!
    Precisamos de outra revolução, desta vez com porrada a sério! Que raio andam a fazer os militares? Foram todos comprados?

    ResponderEliminar
  2. «... ideia que até tinha pernas para andar...»

    Qual "ideia"...!?
    A ideia foi pôr o carro à frente dos bois.
    Com muita gente, o chamado sistema, a ajudar a complicar a vida ao homem, que até pode ser um bom técnico, mas a sua arrogância e falta de humildade deitaram tudo a perder.
    E ontem já era tarde para o mandar para as urgências... psiquiátricas.

    ResponderEliminar
  3. «Três em cada quatro portugueses concordam com a proibição de fumar em espaços públicos fechados imposta pela nova Lei do Tabaco. São 74,8 por cento ... »

    Para os que são contra a lei do tabaco pensarem... na saúde, mas sobretudo na saúde dos outros, dos que não querem fumar o fumo dos que fumam!

    ResponderEliminar
  4. Vamos clarificar duas coisinhas:

    1-Nós sempre tivemos Ministros de Saúde do mesmo género! Desde aquela pequenina de farta cabeleira que de saúde publica percebe tanto como eu de um lagar de azeite.Tivemos também uma outra ministra magricela que tinha sempre um aspecto triste de quem parecia estar a fazer um grande frete.
    E nem me lembro de mais nenhum!

    2-Em portugal, fruto de uma educação atrasada ainda hà muita gente que não sabe falar ao telefone em termos gerais quanto mais em situações de emergência.Os bombeiros de portugal também tem dado grandes exemplos nos combates aos fogos e em outras cowboyadas de trafico.

    Para que não caia tudo no mesmo saco, conto-vos um caso pessoal:

    No verão passado chamei o 112 para uma emergência de envenenamento por medicação. Era uma situação que envolvia transmissão de informações sobre os medicamentos tomados e seus quimicos activos, envolvia instruções para primeiros socorros à vitima que estava em estado inconsciente.
    fi-lo por telemóvel;falei com dois ou trés operadores (uns melhores que outros) e o INEM chegou em 5 minutos.
    Os operacionaia do INEM fizeram um trabalho de socorro e de transmissão de informações para o Hospital de forma espectacular e com um profissionalismo que eu nunca imaginaria que podesse acontecer. Sem hipotese de erro!
    Depois foi o transporte da vitima para o hospital.

    Sabem qual era o Hospital? Faro

    Eu vi o equipamento e a capacidade da ambulâmcia do INEM e acredito que está melhor equipada que muitos centros de saude e/ou hospitais.

    Penso que os bombeiros em geral tem poucas qualificações para emergências: São mais maqueiros e choffers.
    Há que formar gente capaz e mandar esses bombeiros jogar à sueca!
    Os bombeiros também não queriam a GNR no combate aos fogos, lembram-se!
    Criaram as unidades GIPS e acabou-se o desleixo do deixa arder!
    Penso que as lutas entre coorperações e contra o ministro tem mais a haver com o fim de determinados previlegios!
    Depois dizem todos que se manifestam em nome dos doentes, coitadinhos....

    ResponderEliminar
  5. concordo com este último comentador.

    o análise desta chamada de alijó é muito mais profunda.

    nada a ver com a política de saúde de correia de campos. ou apenas em parte.

    a chamada de alijó mostra o que somos:

    - um paizeco ao nível do 3º mundo


    É o que dá uma política errada de Educação de há décadas.

    Somos "frágeis".
    Somos atrasados.
    Continuamos salazarentos.

    Mas foi bom dar visibilidade áquela chamada de alijó.
    Deve fazer-nos pensar e reflectir sobre o quê e o quanto é preciso mudar para avançar.

    ResponderEliminar