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sexta-feira, outubro 12, 2007

10 anos para fazer 4 quilómetros de estrada


Lisboa é um caos de trânsito.
E António Costa gosta de apregoar que a cidade tem de ter menos carros.
Começou por tornar o Terreiro do Paço ao domingo num ermo desolador e a irritar os poucos forasteiros que têm a insensatez de visitarem ao fim de semana uma cidade moribunda, sem vida, nem gente, nem nada.
Até o Cais das Colunas foi armazenado e um tapume encobre o Tejo da cidade há 10 anos.
Costa insiste que há muitos carros em Lisboa. Não fala em melhorar acessibilidades e em tornar Lisboa numa cidade amiga e anfitriã a quem nela quer entrar. Costa enxota os visitantes e depois queixa-se que a cidade está moribunda.

Ora, uma das razões para Lisboa ser uma cidade saturada vem do facto que muito, muito, do trânsito que circula na cidade é fluxo de passagem. Há muita gente que tem de atravessar a cidade, e pior: há muito camião que a atravessa fazendo transporte de mercadorias do Porto de Lisboa que não passaria pelo centro se já tivessem sido construídas alternativas de circulação. Quem o diz aliás é o seu vereador Manuel Salgado. Pelo menos dizia-o quando só era arquitecto.

O prolongamento da CRIL foi anunciado esta semana, mas até à sua conclusão ainda vão ser precisos mais dez anos. As obras já foram interrompidas há mais de 10 anos ! A sua conclusão permitiria escoar o trânsito que vem de Cascais para a A1 sem passar pela segunda circular, que aumentou de tráfego quando Barroso voltou a pôr portagens na CREL.

A inauguração dos 4 quilómetros que passaram a ligar a Ponte 25 de Abril à A1 demorou 10 anos. Sócrates até foi à inauguração como se aquilo fosse uma obra do regime e uma empreitada em que o Estado se pudesse gabar. Podia ter dito que aquele era o mau exemplo de obras públicas que o governo não queria. Não. Sócrates deu aquilo como mais uma obra simplex para engrandecer a obra do Estado Socialista.
É preciso ter muita lata e muito despudor!

1 comentário:

  1. «É preciso ter muita lata e muito despudor!»
    E pouco alcatrão...
    Afinal, são apenas 4 quilómetros!

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